“É a arte e a ciência de ajudar as pessoas a fazerem as coisas que querem ou precisam fazer.” (Fisher 1995)
“Habilitamos pessoas a se engajar nos papéis, tarefas, e atividades que tem um significado para a pessoa no seu dia a dia e que definem suas vidas.” (Trombly, 1992)
É uma área do conhecimento, voltada aos estudos, à prevenção e ao tratamento de indivíduos portadores de alterações cognitivas, afetivas, perceptivas e psicomotoras, decorrentes ou não de distúrbios genéticos, traumáticos e/ou de doenças adquiridas, através da sistematização e utilização da atividade humana como base de desenvolvimento de projetos terapêuticos específicos. (COFFITO)
Em nosso trabalho, o Terapeuta Ocupacional tem como objetivo auxiliar o indivíduo a se engajar em suas atividades diárias sejam elas de lazer, escola ou trabalho. O recurso terapêutico é a atividade, escolhida de acordo com a necessidade, o significado e o contexto de vida de cada um.
O objetivo principal da terapia ocupacional é melhorar a qualidade de vida e ampliar a autonomia do indivíduo visando à inserção social.
Existem várias abordagens na terapia ocupacional e as que norteiam nosso trabalho na área de neurologia infantil são o Conceito Bobath, o Modelo de Integração Sensorial e o Modelo Comportamental.
Modelo de Integração Sensorial
Anna Jean Ayres desenvolveu uma abordagem utilizando dados da neurociência, neuropsicologia e neurofisiologia.
Segundo este modelo, todas as nossas ações, não só motoras, mas também processos de aprendizagem e formação de conceitos são dependentes da habilidade para receber informações sensoriais do corpo e do ambiente, para organizar essas informações e usá-las de maneira funcional na vida diária.
A terapia de integração sensorial consiste no oferecimento de informações sensoriais organizadas, através de atividades lúdicas, com participação ativa do indivíduo, para promover a integração sensorial e organização de respostas eficientes (comportamentos apropriados para o desempenho ocupacional).
O modelo comportamental consiste na afirmação de que a aprendizagem é a base de todos os comportamentos, que influencia o indivíduo conduzindo-o para comportamento adaptado ou não adaptado. Quando a aprendizagem se aplica à Terapia Ocupacional, o indivíduo é visto como tendo desenvolvido um repertório de comportamentos que determinam a sua habilidade para desempenhar as atividades da vida diária, tais como trabalho, recreação e lazer.
No modelo reabilitador para os pacientes que tinham suas funções normais e sofreram alguma alteração ou perda de uma ou várias funções, a Terapia Ocupacional focaliza o uso adequado das capacidades remanescentes do indivíduo para adquirir maior independência possível no desempenho das atividades ocupacionais. Quando uma pessoa é incapaz de realizar as tarefas da vida diária da maneira usual, técnicas ou adaptações podem facilitar-lhe a independência. As adaptações mais comumente usadas são talheres com cabos engrossados, bordas de prato, copo com alças, apoios para lápis, planos inclinados para leitura, pentes com cabos alongados, luvas de banho etc. Além dos materiais adaptados, os mobiliários também podem necessitar das adaptações adequadas ao usuário.